Águas Claras Engenharia

Fossa séptica ou Estação de Tratamento de Esgoto Residencial: qual a melhor opção?

Fossa séptica ou Estação de Tratamento de Esgoto Residencial: qual sistema devo utilizar em minha residência?

Se você está fazendo essa pergunta, chegou ao lugar certo.

Neste texto mostraremos tudo sobre fossa séptica e Estação de Tratamento de Esgoto Residencial (ETE), para ajudar você a escolher o sistema ideal para sua casa.

Boa leitura!

Fossa séptica: o que é e como funciona

A fossa séptica é um sistema de tratamento de esgoto sanitário primário. Ela realiza a decomposição da parte sólida do esgoto através de bactérias anaeróbias (aquelas que não precisam de oxigênio para sobreviver).

O esgoto doméstico é encaminhado para um tanque impermeável, a fossa séptica em si. Neste local a matéria orgânica (parte sólida do esgoto), através da ação da gravidade, é depositada no fundo, formando um lodo que passará por um processo de degradação.  A parte líquida do esgoto é enviada para disposição final.

A fossa séptica deverá ser utilizada, principalmente, em locais onde não existe sistema de coleta de esgoto sanitário e, assim, diminuir os impactos ambientais.

Em locais que possuem rede coletora, as fossas também poderão ser instaladas, agindo como pré-tratamento e retendo parte dos sólidos sedimentáveis, prevenindo eventuais problemas de entupimento.

Entretanto, por ser tratar de um sistema apenas com tratamento primário, a fossa séptica possui menos eficiência que a ETE – Estação de Tratamento de Esgoto Residencial que, por sua vez, possui tratamento de esgoto completo (primário e secundário).

Fossa séptica: como dimensionar

O tamanho da fossa séptica irá variar de acordo com o número de pessoas e a contribuição média de despejo de esgoto sanitário.

Para o dimensionamento de fossa séptica, utiliza-se a norma NBR 7229/1993, que trata do projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos.

Devemos calcular o volume útil da fossa pela seguinte fórmula:

V = 1000 + N (CT + K Lf)

Onde:

V é o volume útil, em litros;

N é o número de pessoas ou unidades de contribuição;

C é a contribuição de despejos, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (Tabela 1);

T é o período de detenção, em dias (Tabela 2);

K é a taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de acumulação de lodo fresco (Tabela 3);

Lf é a contribuição de lodo fresco, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (Tabela 1);

Tabela 1 – Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e de ocupante:

Tabela 2 – Período de detenção dos despejos, por faixa de contribuição diária:

Tabela 3 – Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas e temperatura do mês mais frio:

Agora, mãos à obra, vamos calcular o volume útil de uma fossa séptica simulando uma residência de 30 pessoas, padrão popular, temperatura ambiente do 20°C e intervalo de limpeza de 1 ano.

C = 100 L/ pessoas

N = 30 pessoas

Contribuição diária = CN = 100 x 30

Contribuição diária = 3000 L

 

Lf = 1 (pela tabela 1, residência de padrão baixo)

T= 0,92 (pela tabela 2, contribuição diária de 1501 a 3000)

K = 65 (pela tabela 3, para 10 ≤ t ≤ 20, intervalo entre limpezas 1 ano)

 

V = 1000 + N (CT + K Lf)

V = 1000 + 30 (100 x 0,92 + 65 x 1)

V = 5710 L

Para esse exemplo seria necessária a construção de uma fossa de, no mínimo, 5710 L de volume útil.

Fossa séptica: como instalar

Atualmente, existem duas opções de fossas sépticas, a fossa séptica pré-moldada e a fossa séptica construída no local. Cada uma delas irá exigir uma instalação diferente.

Fossa séptica pré-moldada

A fossa séptica pré-moldada conta com uma instalação rápida. São fabricadas com manilha de concreto ou com polímeros, como PVC e polietileno. A principal vantagem das fossas poliméricas está no peso, facilitando na hora da instalação.

A instalação da fossa pré-moldada costuma ser simples. Geralmente, é preciso apenas escavar para enterrá-la, deixando a tampa de inspeção aparente e fazer a conexão hidráulica. Em alguns casos é necessário também a instalação de uma base de concreto, para evitar a movimentação do tanque. Essa base deverá ser construída antes da instalação e deverá conter uma ancoragem, para assegurar a permanência do equipamento no local instalado.

Fossa séptica construída no local

Construídas em alvenaria ou em concreto, as fossas sépticas construídas no local deverão ser impermeáveis e resistentes as condições de vazão e composição do seu efluente. Entretanto, a estanqueidade não é sempre garantida pela característica do material utilizado.

Para garantir a eficiência do equipamento, é preciso o auxílio de um profissional de engenharia para os cálculos de dimensionamento, profundidade, altura da caixa, etc.

Esse tipo de instalação costuma ser mais trabalhosa e demorada, podendo apresentar problemas durante a instalação devido a falhas na execução, intemperes, dimensionamento, entre outros.

Como garantir o funcionamento da fossa séptica

Para garantir o funcionamento da fossa séptica, após a instalação é proibida a introdução de águas pluviais ou qualquer outro despejo que prejudique o tratamento, por ultrapassar a vazão de projeto ou por alterar a característica do efluente.

A limpeza da fossa deverá ser realizada anualmente, para retirar o excesso de lodo e evitar o entupimento do sistema. Essa limpeza deverá ser feita por um profissional especializado, através de um caminhão limpa fossa. Por se tratar de um lodo biológico, poderá conter muitos patógenos prejudicais a saúde. Além disso, o lodo retirado deverá ter um destino ambientalmente adequado, em um aterro sanitário devidamente licenciado.

Caso ocorra entupimento do sistema, devido ao mau uso e má manutenção, esses problemas inutilizarão o equipamento temporariamente. Porém, muitas vezes podem ser reparados através de uma empresa de limpeza especializada. Uma forma de prevenir a entrada de óleos e graxas, grandes causadores o entupimento do sistema, é a instalação de uma caixa de gordura na saída das cozinhas, para retenção das mesmas.

Disposição final para despejo da fossa séptica

Os despejos líquidos, tratados pela fossa séptica, podem assumir os seguintes destinos:

  • Sistema público: destino mais adequado, pois quando enviado ao sistema público, o efluente é tratado em uma ETE recebendo o tratamento completo, porém nem todas as cidades possuem essa opção;
  • Vala de infiltração: utilizada para a disposição final de efluente líquido do tanque séptico não sendo recomendado em locais onde o solo é saturado de água. É necessário boa disponibilidade de área para implantação;
  • Sumidouro: recomendado em locais onde o aquífero é profundo garantindo uma distância mínima de 1,50 m (exceto areia) entre seu fundo e o nível máximo do aquífero;
  • Galerias de águas pluviais: não recomendada, pois esse destino exige que o efluente tratado atenda os padrões físico-químico-biológicos de lançamento do corpo receptor de destino. Além disso, é necessário que ocorra a desinfecção. A fossa séptica, sem um tratamento complementar, não consegue atender a esses parâmetros. Esse destino também exige uma autorização do órgão ambiental entre outras obrigações legais;
  • Águas superficiais: não recomendado, pois esse destino exige que o efluente tratado atenda aos parâmetros exigidos pelas legislações federais, estaduais e municipais. Dificilmente o tanque séptico atende as legislações vigentes, sem um tratamento complementar, por não remover certos nutrientes, nem carga orgânica na quantidade exigida por lei.

Fossa séptica: material e durabilidade do sistema

A durabilidade da fossa séptica dependerá majoritariamente do material que ela foi produzida. Os tipos de materiais mais comuns para fabricação do sistema são o polietileno (pré-moldada) e a alvenaria (fabricada no local).

As fossas sépticas produzidas em polietileno possuem estanqueidade e durabilidade imunes a corrosão química, não favorecem incrustações e são atóxicas. Entretanto, não são muito resistentes a temperaturas elevadas, podendo sofrer alterações com temperaturas maiores de 27°C. Seus reparos são de alto custo e complexidade. Por fim, serão duráveis desde que não sejam expostas a condições impróprias.

As fossas em alvenaria são duráveis, desde que suas manutenções sejam feitas com regularidade. Sem a realização de manutenção, o sistema pode apresentar falhas em seu funcionamento que poderão deixá-lo temporariamente inutilizável. Podendo isso ser corrigido, normalmente, com a devida manutenção e limpeza. É possível também que ocorram problemas estruturais, nesse caso a dificuldade do conserto dependerá da complexidade do dano existente.

Legislação e precauções ambientais com a fossa séptica

Devido a simplicidade da fossa séptica, muitos parâmetros exigidos por lei podem não ser alcançados após o tratamento do efluente. Acarretando, muitas vezes, na emissão de matéria orgânica com alto teor de nutrientes (fósforo e nitrogênio) nos corpos de água. Podendo, dessa maneira, provocar sérios danos ambientais, como o crescimento excessivo de plantas aquáticas (eutrofização).

O órgão ambiental poderá exigir, através de parâmetros, que além da fossa séptica haja um tratamento complementar. Esse tratamento pode ser um filtro anaeróbio ou um tratamento mais eficiente, como um sistema de tratamento de esgoto residencial. Tudo isso para que o efluente seja lançado nos parâmetros corretos, reduzindo os impactos que poderiam ser causados.

Fossa Séptica: vantagens e desvantagens

Vantagens:

  • Simplicidade de instalação;
  • Poucos cuidados na manutenção;
  • Baixa demanda de área;
  • Baixa produção de sólidos.

Desvantagens:

  • Risco de infiltração e contaminação do lençol freático;
  • Mau cheiro;
  • Nem sempre atende as legislações vigentes;
  • Riscos de entupimento;
  • Baixa remoção de nutrientes e patógenos;
  • Precisa de um pós-tratamento para aumentar sua eficiência.

Unidades complementares da fossa séptica

Algumas unidades poderão ser adicionadas após a fossa séptica para um tratamento complementar e/ou para o destino final.

A seguir vamos detalhar e dimensionar as seguintes unidades complementares: filtro anaeróbio, sumidouro e vala de infiltração.

Filtro anaeróbio

A fossa séptica é utilizada muitas vezes junto com um filtro anaeróbio, que atua como um sistema complementar, conhecido como sistema fossa-filtro.

Nesse sistema, o filtro anaeróbio é adicionado após a fossa séptica, visando a retenção dos sólidos.

O filtro anaeróbio é geralmente de fluxo ascendente e constituído de duas câmaras, a inferior vazia e a superior preenchida com material filtrante. O efluente deverá entrar na câmara inferior e, conforme o nível desse compartimento sobe, o líquido vai penetrando no meio filtrante, onde os micro-organismos anaeróbios se fixarão, estabilizando a matéria orgânica e retendo os sólidos.

Apesar de aumentar a eficiência na remoção de sólidos sedimentáveis, esse filtro não tem capacidade para remover certos nutrientes, tais como nitrogênio e fósforo.

Sistema fossa filtro

Dimensionamento do filtro anaeróbio

O dimensionamento do filtro anaeróbio é realizado conforme a NBR 13969/1997, que trata de Tanques sépticos – Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e operação.

Devemos calcular o volume útil do leito filtrante pela seguinte fórmula:

V= 1,6 NCT

 

Onde:

Vé o volume útil do leito filtrante, em litros;

N é o número de pessoas ou unidades de contribuição;

C é a contribuição de despejos, em litros x habitantes/ dia (tabela 1);

T é o tempo de detenção hidráulica, em dias (tabela 4).

 

Observação: O volume útil mínimo do leito filtrante deve ser de 1.000 L.

 

Tabela 4 – Tempo de detenção hidráulica de esgotos (T), por faixa de vazão e temperatura do esgoto (em dias):

Usando os mesmos dados do exemplo anterior, onde calculamos o volume útil da fossa séptica, podemos calcular o volume útil do leito filtrante simulando uma residência de 30 pessoas, padrão popular e temperatura média do 20°C.

 

Vazão diária = CN = 100 x 30 = 3000 L/dia .

T = 0,92 (vazão diária de 1501 a 3000, temperatura entre 15°C e 25°C, pela tabela 4).

 

V= 1,6 NCT

V= 1,6 x 30 x 100 x 0,92

V= 4416 L

 

Para essa situação será necessário um filtro de volume útil mínimo de 4.416 Litros.

 

Sumidouro

Utilizado para a disposição final de efluentes, o sumidouro é uma estrutura vertical, feita por escavações. Geralmente, o sumidouro possui formato cilíndrico e recebe o efluente tratado para a sua disposição final.

O líquido deverá entrar no tanque e infiltrar no solo através do fundo e das laterais do sumidouro.

Para que a infiltração ocorra, o sumidouro deverá possuir furos nas suas laterais, as quais poderão ser construídas de diferentes materiais como tijolo e concreto, e pelo seu fundo, que é preenchido com brita.

Levando sempre em consideração a distância mínima de 1,50 m do fundo do sumidouro e do nível máximo do aquífero.

Sumidouro: como dimensionar

O dimensionamento do sumidouro também é realizado de acordo com a NBR 13969/1997.

Para descobrir a altura do sumidouro, iremos primeiro encontrar a área de infiltração, que correspondente a área lateral do sumidouro, através da seguinte fórmula:

 

AI=NC/Ta

 

Onde:

Aé a área de infiltração (lateral do sumidouro), em metros quadrados;

N é o número de contribuintes;

C é a contribuição de despejos, em litros x habitantes/ dia (tabela 1);

Ta é a taxa de aplicação diária, encontrada através da taxa de percolação (tabela 5).

 

Encontrada a área, a altura do sumidouro poderá ser encontrada pela seguinte fórmula:

h = AL/D.π

 

Onde:

h é a altura do sumidouro, em metros

Aé a área de infiltração (lateral do sumidouro), em metros quadrados

D é o diâmetro do sumidouro, em metros

π é o número pi

 

Algumas considerações devem ser feitas para o dimensionamento do sumidouro:

  • O diâmetro interno não poderá ser menor que 0,30 m;
  • A altura considerada é do fundo do sumidouro até geratriz inferior da tubulação de lançamento do afluente;
  • Distância vertical mínima do fundo o sumidouro até o nível máximo do aquífero deve ser 1,50 m.

 

Tabela 5 – Conversão de valores de taxa de percolação em taxa de aplicação superficial:

 

Após essas considerações, podemos simular um sumidouro que atenderá 8 pessoas, contribuição de despejos padrão alto e taxa de percolação de 400 min/m, diâmetro de 1 m:

 

C = 160 L/pessoa.dia (residência de padrão alto, tabela 1)

N = 8 pessoas

Ta = 65 L /m².dia (taxa de percolação de 400 min/m, tabela 5)

 

AI= NC/Ta

AI= 8 x 160 / 65

AI= 19,69 m²

 

Para encontrar a altura:

D = 1 m

AI= 19,69 m²

 

h = AI/D.π

h = 19,69/(1 x π)

h = 6,27 m

 

Dessa maneira, o sumidouro em questão deverá ter no mínimo 6,27 m de profundidade da tubulação de lançamento de afluente, até o seu fundo.

 

Vala de infiltração

A vala de infiltração é uma estrutura horizontal em relação ao sumidouro, possuindo a mesma função, ou seja, dar um destino final ao efluente tratado. O líquido deverá ser infiltrado no solo pela parte inferior da vala.

A percolação do efluente no solo é uma forma de tratamento e ao atingir o lençol freático ou a superfície o líquido deverá estar livre de contaminação.

É importante que seja, no máximo, 10 unidades por hectare para não comprometer o aquífero.

Vala de infiltração: como dimensionar

O dimensionamento da vala de infiltração também é feito conforme a NBR 13969/1997, que trata de Tanques sépticos – Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e operação.

Algumas considerações para o cálculo:

  • O princípio da vala de infiltração é muito similar com o do sumidouro. Porém, o sumidouro é vertical e a vala de infiltração é horizontal. Por isso, para a área de infiltração devemos considerar apenas a área inferior do duto;
  • O comprimento da vala deverá ser menor de 30 m. Caso o comprimento encontrado seja superior, será necessário mais de uma vala;
  • Valor máximo da Taxa de aplicação diária é de 100 L /m².d

 

Para calcular a área da vala de infiltração, usaremos a mesma fórmula do sumidouro:

 

AI=NC/Ta

 

Onde:

Aé a área de infiltração (fundo da vala);

N é o número de contribuintes;

C é a contribuição de despejos, em litros x habitantes/ dia (tabela 3);

Ta é a taxa de aplicação diária;

 

Encontrada a área, o comprimento da vala poderá ser encontrado pela seguinte fórmula:

 

B = AL/L

 

Onde:

B é comprimento total das valas

Aé a área de infiltração (fundo da vala)

L é a largura da vala

 

Após essas considerações, podemos simular uma vala que atenderá 8 pessoas, contribuição de despejos padrão alto e taxa de aplicação diária é de 50 L /m².d e largura  de 0,50 m:

AI=NC/Ta

AI= 8 x 160 / 50

AI= 25,60 m²

 

Encontrada a área, podemos achar o comprimento total das valas:

B = AL/L

B = 25,60 / 0,50

B= 51,2 m

Como o comprimento encontrado foi maior que 30 m, iremos fazer 3 valas, pela seguinte fórmula:

Bv=B/n

Onde:

Bv é o comprimento de cada vala

B é comprimento total das valas

N é número de valas

 

Logo:

Bv=B/n

Bv=51,2/3

Bv= 17,1 m

 

Para esse exemplo, deverão ser construídas 3 valas de 17,1 m.

 

Ok, mas quando devo utilizar essas unidades complementares?

O filtro anaeróbio sempre poderá ser recomendado como tratamento complementar ao tanque séptico, caso não exista a possibilidade de um tratamento complementar mais eficaz. O conjunto fossa-filtro sempre tornará o tratamento mais eficiente, quando comparado ao sistema onde só exista a fossa séptica.

 

A vala de infiltração e o sumidouro são recomendados quando não existe um sistema público de coleta de esgoto. A escolha entre eles dependerá do tipo de solo e das demais características do local de instalação, conforme vimos anteriormente.

A vala é a mais adequada para locais onde o solo não é saturado. O sumidouro é indicado para locais onde ele possa ser instalado mantendo 1,50 m de distância vertical entre seu fundo e o nível do aquífero.

É possível fazer um sistema contento fossa-filtro-vala e fossa-filtro-sumidouro, visto que o filtro não é um método de disposição final.

Estação de tratamento de esgoto residencial: o que é e como funciona

A estação de tratamento de esgoto residencial, também conhecida como estação de tratamento compacta (ETE) ou mini estação de tratamento de esgoto residencial, é a evolução do sistema fossa-filtro. O sistema possui tecnologia superior e mais eficiente que os filtros anaeróbios (fossa-filtro, fossa séptica).

A estação de tratamento de esgoto residencial trata o efluente sanitário por meio de processos anaeróbios e aeróbios, degradando as cargas orgânicas. Além disso, remove nutrientes (nitrogênio e fósforo) e ainda é capaz de desinfectar o efluente, antes de ser enviado para o destino final.

Esse sistema de tratamento cumpre com todos os requisitos das legislações ambientais, desde que instaladas e operadas de modo correto. Emitem efluentes com baixo impacto ambiental, não causando danos relevantes ao meio ambiente.

Dimensionamento da estação de tratamento de esgoto residencial

As Minis Estações de Tratamento de Esgoto Residenciais são dimensionadas para diferentes vazões diárias. Basta, apenas, que você saiba qual a vazão diária para escolher a estação mais adequada.

Caso a vazão diária seja desconhecida, ela poderá ser estimada da seguinte forma:

Vazão diária = CN

Onde:

N é o número de pessoas ou unidades de contribuição;

C é a contribuição de despejos, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (ver Tabela 1).

 

Suponhamos que sua residência possua 15 moradores e tenha um alto padrão habitacional:

 

Cálculo da vazão:

Vazão diária = CN

Vazão diária = 15 x 160

Vazão diária = 2400 L/dia

 

Sendo assim, a Estação de tratamento de esgoto residencial que atenderá perfeitamente a vazão diária de 2400 L/dia é a BioSmart 2500.

Para facilitar a sua vida, a Águas Claras Engenharia possui os seguintes modelos de Mini Estação de Tratamento de Esgoto Residencial.

Basta apenas verificar a quantidade de moradores e o padrão habitacional da sua residência para saber qual lhe atenderá:

CLIQUE AQUI

Estação de tratamento de esgoto residencial: como instalar

Por ser um equipamento modular e pronto de fábrica, sua instalação é simples. A tubulação externa deve ser instalada de modo que o efluente chegue ao equipamento pela ação da gravidade, podendo a estação ser enterrada ou sobre o solo.

Você também deverá conectar o painel de comando à rede elétrica, para acionar a motobomba e garantir, assim, o pleno funcionamento do sistema.

A ETE Residencial poderá ser instalada sobre o solo ou enterrada. Quando instalada sobre o solo, deverá ser construída uma base para sua fixação.

Caso ela seja enterrada e o lençol freático for alto, deverá ser instalada uma base de concreto (radier) e o equipamento deverá ser ancorado nessa base, para evitar que haja movimentação.

Além disso, esse equipamento poderá ser adquirido em formato modular. Nesse caso contará com a flexibilidade de poder ser removido de um local e ser instalado em outro, sem ser danificado.

 

Como garantir o funcionamento da ETE Residencial

Para garantir o pleno funcionamento da estação, após a sua instalação você deverá ter alguns cuidados. Começando pelo efluente a ser tratado, que deverá conter apenas água resultante do uso de água para higiene e necessidades fisiológicas, água de infiltração e contribuição pluvial.

A retirada do lodo em excesso deverá acontecer em um intervalo de 8 a 12 meses. Deverá ser feita por um profissional especializado, através de um caminhão limpa fossa, para que o lodo tenha um destino ambientalmente adequado.

Os acessórios eletroeletrônicos, como motobomba, chave boia e painel, deverão estar sempre regulados e em pleno funcionamento, a inativação de algum desse componentes deve comprometer todo o sistema.

O sistema de desinfecção só funcionará se a solução oxidante for dosada, por isso é necessário repor as pastilhas de hipoclorito de sódio sempre que elas acabarem. As pastilhas de cloro são fáceis de se encontrar, geralmente em loja de piscinas as vendem.

Disposição final do efluente tratado pela ETE Residencial

Os efluentes tratados pela ETE, podem assumir os seguintes destinos:

  • Vala de infiltração: recomendada para locais com remota possibilidade de contaminação de aquífero, não é recomendada para solo saturado;
  • Sumidouro: recomendado em locais onde o aquífero é profundo garantindo uma distância mínima de 1,50 m entre seu fundo e o nível máximo do aquífero;
  • Galeria de águas pluviais: necessita de autorização do órgão ambiental, o efluente deve possuir padrões físico-químico-biológicos de lançamento compatível com o corpo receptor onde a galeria despeja suas águas, entre outros fatores;
  • Águas superficiais: é necessário prever como lançar o efluente sem comprometer a margem dos rios ou o fluxo local de pessoas e observar a qualidade do efluente a ser lançado, além de atender aos parâmetros de lançamento das legislações federais, estaduais e municipais;
  • Sistema público: não se faz necessária mini ETE, visto que o sistema público encaminha o efluente para uma estação de tratamento, porém não é proibido.

Mini Estação de Tratamento de Esgoto Residencial: material utilizado e durabilidade

A durabilidade do equipamento está diretamente relacionada com o material que ele é fabricado. As ETEs residenciais da Águas Claras Engenharia são fabricadas em Plástico Reforçado com Fibra de Vidro-PRFV, material resistente a temperaturas de até 60°C, resistente a arranhões. Possui um reparo fácil e de baixo custo, densidade reduzida e é resistente a ações de químicos e intemperes.

A manutenção preventiva também torna o sistema mais durável, devendo ser feita principalmente nos componentes elétricos, com a motobomba, painel e chave boia.

O manuseador desse equipamento deve ficar atento a qualquer diferença de comportamento de um desses três componentes.

Legislação e precauções ambientais com a Mini ETE Residencial

A estação de tratamento de esgoto residencial é projetada para atender a todos os parâmetros de lançamento exigidos a nível nacional, respeitando a Resolução CONAMA 430/2011 e na NBR 13969/1997.

Podendo também atender aos parâmetros de lançamento de locais mais restritivos, visto que o equipamento possui, muitas vezes, uma eficiência superior àquela exigida pela legislação.

Estação de Tratamento de Esgoto Residencial: vantagens e desvantagens

Vantagens:

  • Eficiência de tratamento superior aos filtros anaeróbios (fossa e filtro, fossa séptica);
  • Fácil instalação;
  • Atende as exigências de todos os órgãos ambientais.
  • Remoção de até 90% das cargas orgânicas;
  • Sistema compacto;
  • Baixo consumo de energia;
  • Baixo custo com produtos químicos;
  • Processo automatizado;
  • Fácil operação e controle;
  • Ausência de odor;
  • Economia de espaço;
  • Baixa produção de lodo;
  • Todo o equipamento em PRFV (fibra de vidro);

Desvantagens:

  • Controle do funcionamento do equipamento;
  • Análise periódica do efluente tratado.

Fossa séptica e estação de tratamento de esgoto compacta: comparativo dos sistemas

Após um detalhamento sobre a fossa séptica e a Mini Estação de Tratamento de Esgoto Residencial, podemos constatar que as duas tem a mesma finalidade: tratar esgoto sanitário residencial.

Porém, para não deixar você com dúvidas, o quadro abaixo irá comparar quais as diferenças e semelhanças entre os dois tratamentos. Confira:

  Fossa Séptica Mini Estação de Tratamento de Esgoto Residencial
Retirada do lodo A cada 12 meses Entre 8 e 12 meses
Tipo de tratamento Primário/ anaeróbio Primário e secundário/

aeróbio e anaeróbio

Desinfecção Não possui Possui
Remoção de matérias orgânicas Remoção de até 40 % das matérias orgânicas Remoção de até 90 % das matérias orgânicas
Uso recomendado – Locais que não possuam rede coletora de esgoto

– Cidades que possuam tratamento, para agir de modo complementar

– Locais onde a lei é mais restritiva

– Locais que não possuam rede coletora de esgoto

 

Legislação
Não atende todos os parâmetros exigidos por lei, apenas quando utilizada com determinados tratamentos complementares Deve atender todos os parâmetros das legislações vigentes
Eficiência de remoção DBO: 40 %

DQO: 40%

Nitrogênio amoniacal: –

Coliformes fecais: –

DBO: 90%

DQO: 40 a 85%

Nitrogênio amoniacal: < 20 mg/L

Coliformes fecais: ausente

Impacto ambiental Poderá ocorrer infiltrações e emissões acima do nível permitido, podendo acarretar na poluição do lençol freático e dos corpos de água Mínimo, por possuir estanqueidade e lançar os efluentes com os parâmetros dentro dos limites exigidos por lei
Tratamento complementar Necessário para aumento da eficiência Não é necessário
Durabilidade Fabricados em diferentes materiais (concreto, PVC, polietileno) com durabilidades diferentes. Fabricadas em PRFV, o que garante alta resistência a corrosão e temperatura.
Área ocupada Compacta, uso de acessórios poderá aumentar a área ocupada pelo sistema total Compacta, ocupando área muito similar à da fossa
Instalação Construídas no local podem gerar transtornos quando mal dimensionadas, além dos transtornos que poderão ser causados por obras civis.

Pré-moldadas possuem uma instalação simples.

O formato modular facilita a instalação e ainda pode viabilizar a troca de local.
Disposição final Recomendado:

– Vala de infiltração

– Sumidouro

–  Sistema público

Não recomendado:

– Galerias de águas pluviais

– Águas superficiais

Recomendado:

– Vala de infiltração

– Sumidouro

– Galerias de águas pluviais

– Águas superficiais

Possível:

– Sistema público

Mas, afinal, qual devo escolher?

Você pode ver, até aqui, que a fossa séptica realiza apenas o tratamento primário de esgoto sanitário e remove até 40% da carga orgânica.

Viu também que a estação de tratamento de esgoto residencial realiza o tratamento completo – o tratamento primário e o tratamento secundário – e remove até 90% da carga orgânica.

Por isso, a primeira pergunta que devemos fazer é: a cidade em que moramos possui uma estação de tratamento que recebe todos os esgotos sanitários das residências?

Se a resposta é sim, a fossa séptica atenderá perfeitamente a nossa necessidade, pois servirá de tratamento primário para a estação de tratamento da cidade.

Caso a resposta seja não, a fossa séptica não atenderá, pois o efluente sanitário não estará dentro dos parâmetros seguros para descarte no meio ambiente. Deste modo, a estação de tratamento de esgoto residencial é a melhor opção, pois enviará ao meio ambiente o efluente sanitário com todos os parâmetros corretos para descarte.

“OK, para realizar o tratamento de esgoto sanitário da minha residência a Mini Estação de Tratamento de Esgoto Residencial é a opção ideal. Mas, existe uma maneira prática e viável (economicamente e tecnicamente) para implementar esse equipamento?”

A resposta é simples: sim. A Águas Claras Engenharia possui a solução ideal para você que quer instalar uma estação de tratamento em sua residência.

A empresa oferece um equipamento exclusivo – a Mini Estação de Tratamento Residencial BioSmart 1600 – que possui a tecnologia das grandes estações de tratamento, eficiência superior às fossas sépticas, é de fácil instalação e, principalmente, com total eficiência de tratamento.

Quer saber mais? Clique aqui.

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